sábado, 26 de fevereiro de 2011

Devaneio - Primeira Parte

D E V A N E I O
Parte1


Sou o SONHO que passou
por aqui buscando o AMOR,
e partiu levando a saudade
do que não foi verdade.

VOCÊ, o ideal inatingível
que se perde, que se agarra
nas noites vazias, frias,
quando não se pode dormir ...

SOU a lâmpada resplandecente
retendo sua luz e calor,
que se conserva na opacidade
pois já existe muita claridade.

VOCÊ, necessidade feita de miragem,
é um monumento feito de cristal
que se num descuido, se trinca,
tenha como certo, não concerta mais.

SOU aquela chuva miúda
que molha os campos úmidos
perdendo tempo, construindo
sobre o que está feito.

VOCÊ é a palmeira ereta e firme,
que nos campos se ergue altaneira
oferecendo sombra e guarida
aos que cansados, fogem da vida ...

SOU o rio, que caminha tranqüilo
carregando detritos, sempre em frente,
pois que da vida teve o ensinamento
que se dever permanecer no próprio leito.

VOCÊ é a pedra angular rude e fria
que impassível e silenciosamente,
sustenta este edifício decadente,
onde habitam as emoção humana.

ailecaniger - reginacélia -
Direitos Autorais Reservados
Escrita em 1979 - do livro "Sublimação"

Proposta - Prosa Poética - texto para telemensagem

PROPOSTA


prosa poética, tipo modinha popular


Falei-te dos meus sonhos, da minha fantasia,
dos pesadelos, dos sonhos e da minha dor.
Sorriste e me embalaste com este seu calor
repleto sempre de muito carinho e alegria.


Rimos juntos das verdades e das mentiras
que contamos em noites idas e horas vividas
neste virtual meio de comunicação.

Mas hoje, com fervor te ofereço meu coração.
Queres de amigo verdadeiro, ser meu novo amor?
Ofereço-te de mim, apenas a lealdade,
não te prometo paixão, pois carrego ainda esta dor
e de ti só peço, compreensão e sinceridade
próprias eu sei, de teu grande coração.


Não te ofertarei agora, muitos versos ou poemas
pois, como te disse e repito agora,
mágoas ainda arrefecem minha emoção
de teimosa poeta, que busca sempre a ilusão
de ser amada com muita, muita paixão.


"Amigo, amigo, verdade.. Amigo é quase paixão.
De amigo pra namorado, basta um empurrão."
Queres ser meu namorado? Dê-me um sim
ou dê-me um não. Se não receber um sim agora,
partirei, para sempre irei embora,
pois na amizade basta um passo em falso
para na sadia convivência colocar fim.


Beijo-te agora, num beijo terno
e te digo até mais, até mais ver
se voltares, que voltes para um bem querer
com muito amor e ternura
para dar e receber.
Se não for assim, siga teu caminho,
eu não quero ser um espinho
a destruir tua alegria,
ou o teu bom viver.

Autora: Regina Célia

escrita em 02/12/2000

Direitos autorais reservados
Texto para Telemensagem
http://www.telemensagem.online.nom.br

Declaração - prosa poética texto para telemensagem

DECLARAÇÃO


NÃO SEI O QUE VOCÊ VAI PENSAR, NEM TÃO POUCO O QUE VAI DIZER.

MAS SEI QUE PRECISO MUITO LHE CONTAR:

"estou amando você!"

Foi assim, de repente, como que de repente, o amor se fez presente. Meus pensamentos começaram a voar por lugares nos quais não se consente.

Meus pensamentos, teimosos, nervosos, começaram a toda hora procurar você: na música que toca no rádio; na buzina do carro que passa; na flor à beira do caminho; na água que canta no rio; na onda que bate nas pedras; no vento que passa e assovia parecendo rir ou sorrir, não sei.

Só sei que lhe vejo de olhos abertos, mesmo sabendo que distante está; Encontro você no meu sono, parecendo voragem, fantasma, não sei.

Ouço sua voz no silêncio do meu quarto; no murmúrio das sombras; no tumultuo do trânsito da rua; no cantar dos pássaros nas manhãs.



Será tudo isto amor? Paixão? Alucinação?

Diga pra mim o que faço, corro e me jogo em seus braços? Ou fujo e me escondo do mundo?

Por favor, me diga o que faço com tanto amor.

Ou, apenas me diga: EU TAMBÉM LHE QUERO.

E ASSIM, SEREI FELIZ!



Beijos!!!



Autora: ReginaCélia
texto para Telemensagem
http://www.telemensagem.online.nom.br

Carta de Amor no. 3

Cartas de Amor pra você n. 3



E os mesmos ventos que o arrastaram pelos caminhos os quais não eram os meus, em busca de um mundo que você acreditava ser a sua realidade, o trouxeram de volta no início de um outro inverno, 3 anos depois.

E assim, quando meu coração já se aquietava, não no esquecimento, mas sim, na resignação, você se achegou de novo, acenando-me com a possibilidade de retornar ao círculo de luz do passado, o qual havia me revitalizado.

Meu coração encheu-se, então, de grande alegria, e minha alma entoou hinos ao amor. Banhei-me em bálsamos de sonhos e vesti as minhas vestes de gala; no coração preparei um banquete, sentando-me à porta da ilusão, tendo amarradas, na barra de meu vestido, pétalas de rosas perfumadas para lhe oferecer; estando assim preparada, estendi as mãos para o receber.

Em meu recanto, tudo se preparou para a festa. A Poetisa, eterna menina, minha amiga, companheira, serva e camareira, vestiu sua melhor roupa de domingo e foi a primeira a sentar-se a um canto junto à mesa e começar a rabiscar suas rimas e frases, agora em ritmo alegre, deixando pra trás o choro e o lamento dos poetas.

Quatro Anjos desceram dos céus, formando 2 pares, colocando-se cada qual em um canto da sala, e dedilharam suas harpas, elevando aos céus canções que convidavam a todos para comungar naquele momento de gala.

Abri as portas da gaiola, onde trazia preso, há tempos, um pássaro cantante, o qual eu batizara de "Carente", para que voasse em busca de seu par e também pudesse ser feliz. Mas o pássaro, amigo companheiro, sobrevoou o jardim por algum tempo, retornando à janela, onde se pôs a entoar as mais belas trinas que aprendera, somente para comunicar "eu também quero fazer parte da festa."

As flores no jardim, até então recolhidas no inverno, se ergueram em seus caules, abrindo-se sem medo; coloriram com matizes diversos todos os canteiros, e pareciam vestidas de pérolas reluzentes banhadas pela luz do sol.

Sentamo-nos, todos à mesa, reservando a cadeira principal pra você. E quem era 'todos nós'? Eu, Clarissa, a amante; acompanhada da Eterna amiga Poetisa; meu amigo mais antigo, o Sonho; a companheira inseparável da Poetisa chamada Fantasia; o pássaro cantante, "Carente", que veio da janela pousar na quina da mesa; e, os quatro anjos mensageiros denominados Amor, Esperança, Prazer e Vida; e assim, postados, ficamos à espera que você se sentasse para juntos darmos início ao banquete.

Mas você permaneceu de pé, olhando tudo, quase sem surpresa, como se tudo aquilo fosse esperado, ou, nada mais fosse que um direito seu.

Continuamos todos sentados, aguardando suas palavras, suas decisões, para tão solene momento.

Por fim, você se pronunciou, falou de projetos, planos implantados em outros pólos, como se nós, ali não existíssemos, e só existisse aquilo que era importante pra você e as pessoas às quais considerava ser a sua realidade; o seu motivo de viver.

Mas, eu, Clarissa, ouvia sua voz como se fosse música me arrastando, ora para um mundo de ilusão, ora para uma realidade. Negando-me, assim, a ouvir verdades, ou dando outros significados às palavras de forma a alimentar os meus sentimentos de amor.

Entretanto, pouco importava o que era dito, o importante era o êxtase a que me conduzia, o simplesmente, ouvir sua voz.

E horas, dias se passaram, e todos que vivem em meu recanto, os quatro anjos (Amor, Esperança, Prazer e Vida), a Fantasia (da Poetisa), o pássaro cantante, e o meu Sonho permaneceram sentados, pacientemente, esperando o momento certo de agir e colocar a sua própria voz.

Dias passaram, e você, meu querido, fazia de conta que não percebia que todos estes amigos inseparáveis do Amor, estavam à espera de uma palavra sua, de ordem, para descobrirem os pratos, tão cuidadosamente preparados, para lhe oferecer. Todos continuaram esperando, e a cada gesto seu, todos se colocavam em estado de atenção, para não perder o momento exato em que deveriam começar a agir.

Dias passaram... e tudo continuava no mesmo lugar e da mesma forma... você, desconhecendo nossos objetivos e vivendo em seu próprio mundo e seus próprios motivos; então, o Anjo Prazer sentiu-se com grande apatia, deu boa noite e partiu. Logo após, o Anjo Esperança, também, cansado de tanta espera inútil, se despediu e se recolheu; sobraram apenas o Amor e a Vida que, assistidos pelo Sonho, continuaram aguardando; e finalmente, começaram a discutir entre si, se valia ou não a pena continuar... já que a Esperança tinha se recolhido e o Prazer tinha ido embora.

O pássaro cantante "Carente", vendo tanta discórdia, entre Amor e desejos de Vida, recolheu-se à sua gaiola e parou simplesmente de cantar. Nem tentou fugir... percebeu em sua sabedoria, que não adianta correr atrás do Amor... quando o Amor não quer receber.

A Fantasia, amiga da Poetisa, tomada de grande ansiedade, desequilibrou-se emocionalmente e afogou-se no pequeno lago da fonte, que eu, Clarissa, mandei há tempos construir no centro do jardim. A Poetisa chorou muito a perda da amiga e portanto, sem Fantasia, não conseguiu mais rimar. Não conseguindo mais rimar, a Poetisa passou a escrever em prosa, onde se torna mais fácil descrever sentimentos tão contraditórios, quanto os de Esperança & Desesperança, Amor & Revolta, Amor & Ciúme, Crença & Desengano, Alegria & Tristeza.

Finalmente, todos partiram, sem desejar mais luta, mas eu, Clarissa, continuarei aqui, esperando por você... pois, se todos se foram... o Amor permaneceu a postos, teimoso e irreverente, acreditando que um dia conseguirá acordar a Fantasia de sua pseudo-morte, e que poderá transformar o Sonho que não se foi por ser fiel companheiro, numa realidade tão verdadeira que ultrapassará os limites da vida.

Amo você.

Meu recanto, numa terceira noite de primavera do ano de 2003.

FIM DA CARTA N. 3


Autora: ReginaCelia (direitos autorais reservados)

vistem meus sites
telemensagemfonada
telemensagem.online
baixatelemensagem

Carta de Amor no. 2

Cartas de Amor pra você n. 2



E numa data qualquer, de tarde fria e de ventos fortes, o que era sonho, tornou-se realidade, pisou sobre a areia escorregadia da praia de minhas fantasias.

Vi você como um ser tocável pelas minhas mãos e meus olhos semi-cegos vislumbraram seu vulto, de pé, diante de mim, como homem real, cheio de ânsias e desejos de amor. Seus olhos brilhantes se assemelhavam aos de uma criança que encontra uma borboleta que se escondia no jardim.

Abri meus braços num gesto repleto de ternura e aceitação; embalei-o nos meus desejos e lhe fiz um deus, que tudo pode, tudo realiza, tudo domina.

Você veio surgindo da luz resplandecente de minhas fantasias, para se tornar ser visível e real, mostrando-se ora como homem forte, ora um menino carente e amedrontado, ora um deus dominador, egoísta e arrogante; e assim da mesma forma que veio se foi, desaparecendo pelos caminhos, apagando os seus próprios rastros e de repente percebi que tinha perdido seu vulto na escuridão. E então, tudo que era belo como um sonho iluminado, tornou-se um pesadelo, na madrugada fria ao romper de um novo dia.

Você foi embora. Ficou apenas a lembrança de uma luz que brilhou nos céus de minha vida e passou tão rápida quanto uma estrela cadente e, portanto, esta rapidez inusitada nos leva a duvidar da realidade e nos perguntar se foi verdade ou mentira o que vimos, o que sentimos durante o transe emocional.

Você foi embora. Ficaram a saudade e o desejo latente de sonhar mais, embalando minhas noites, cantando nos meus dias, até que chegou a hora do retorno.

Amo você.

Meu recanto, numa segunda noite de primavera do ano de 2003.



FIM DA CARTA N. 2

Autora: ReginaCelia (direitos autorais reservados

Carta de Amor no. 1

Carta de Amor n. 1


Hoje, resolvi perder algumas horas da minha noite para lhe falar do meu amor. Aproveito estas horas assim cheias de nada, quando olho para todos os lados e nada vejo a não ser sombras a se delinearem nas paredes brancas, e um surdo silêncio que invade a casa. Em meio a este silêncio, eu recordo você, e meu coração sente uma vontade tamanha de gritar bem alto todo o amor que senti, que sinto e que talvez continue a sentir até que o resto das forças deste meu corpo sejam destruídas pelo tempo.

Você surgiu na minha vida, num momento especial, quando eu renascia de algumas tormentas que abalaram a minha existência. E surgiu assim, de repente, sem se anunciar e me deixou vislumbrar uma possibilidade de novamente ver a luz.

Você foi como um farol no cais, sinalizando-me para um porto seguro na terra dos meus sonhos, fazendo-me acreditar que a felicidade existe e que o amor é possível, mesmo quando chega assim, no entardecer de nossa existência.

Você era a terra, forrada de areia onde pisei firme, escorreguei para me auto-conhecer e a cada queda me levantava com mais força e vontade de viver. Viver para você, viver para uma fantasia que apontava para realização de um grande e verdadeiro amor.

Você era um sonho, que eu quis acreditar realidade. Você era um mastro no qual eu me agarrava para me sentir segura. Você era a água que lavava meu corpo, remodelando-o, enchendo-o das ânsias e de todos os desejos da juventude.

Você era o alimento que matava a minha fome de carinho, de juntidade, de entrega, de plenitude no outro.

E, assim, você chegando, de repente, como um farol em meu caminho, e eu olhando para esta luz que vinha de você e que a fantasia transformava, através de você, na minha realidade sonhada, me tornei forte, venci a minha fraqueza e construí na minha mente um mundo só nosso, repleto de cantigas dolentes, cantantes de ternura, repletas de sonhos, e que entoavam hinos de amor e realização.

Seguindo, na sinalização de sua luz entrei no círculo da resplandecência, deixando-me envolver pelo êxtase do amor.

E nas minhas noites solitárias, depois de tagarelar com você, falar de tudo e falar de nada, eu o via, caminhando de braços estendidos, me acolhendo e dominando meu corpo, para que realizássemos nossos desejos, numa entrega total, sem reservas, sem pudores, sem medos e então alçávamos juntos ao paraíso, onde tudo é beleza, e o caminhar é leve no sincronizar de passos que imitam a dança, que vão e voltam, se entregam, se rejeitam para retornar em nova entrega até atingir o delírio quando se saboreia, num último beijo, os dulcíssimos frutos celestiais.

Então, amor, naqueles dias, ou noites, eu fui feliz. Entreguei-me a você sem questionar o amanhã e sem investigar o ontem. Fui feliz porque a felicidade é entregar sem questionar. A felicidade é receber com a mesma alegria e ingenuidade da criança que em tudo crê e exulta ante os presentes mais singelos. E você era o meu presente. O presente que a vida me oferecia, como momentos para tão-somente, ser feliz.

Ser feliz é pedir pouco, e do pouco que se recebe fazer uma festa.

E eu fiz de você uma festa dentro de mim.

Amo você.

Meu recanto, numa noite de primavera do ano de 2003.

Autora: ReginaCelia (direitos autorais reservados)

FIM DA CARTA N. 1

vistem meus sites
telemensagemfonada
telemensagem.online
baixatelemensagem

Carta de Amor no. 1

Carta de Amor n. 1


Hoje, resolvi perder algumas horas da minha noite para lhe falar do meu amor. Aproveito estas horas assim cheias de nada, quando olho para todos os lados e nada vejo a não ser sombras a se delinearem nas paredes brancas, e um surdo silêncio que invade a casa. Em meio a este silêncio, eu recordo você, e meu coração sente uma vontade tamanha de gritar bem alto todo o amor que senti, que sinto e que talvez continue a sentir até que o resto das forças deste meu corpo sejam destruídas pelo tempo.

Você surgiu na minha vida, num momento especial, quando eu renascia de algumas tormentas que abalaram a minha existência. E surgiu assim, de repente, sem se anunciar e me deixou vislumbrar uma possibilidade de novamente ver a luz.

Você foi como um farol no cais, sinalizando-me para um porto seguro na terra dos meus sonhos, fazendo-me acreditar que a felicidade existe e que o amor é possível, mesmo quando chega assim, no entardecer de nossa existência.

Você era a terra, forrada de areia onde pisei firme, escorreguei para me auto-conhecer e a cada queda me levantava com mais força e vontade de viver. Viver para você, viver para uma fantasia que apontava para realização de um grande e verdadeiro amor.

Você era um sonho, que eu quis acreditar realidade. Você era um mastro no qual eu me agarrava para me sentir segura. Você era a água que lavava meu corpo, remodelando-o, enchendo-o das ânsias e de todos os desejos da juventude.

Você era o alimento que matava a minha fome de carinho, de juntidade, de entrega, de plenitude no outro.

E, assim, você chegando, de repente, como um farol em meu caminho, e eu olhando para esta luz que vinha de você e que a fantasia transformava, através de você, na minha realidade sonhada, me tornei forte, venci a minha fraqueza e construí na minha mente um mundo só nosso, repleto de cantigas dolentes, cantantes de ternura, repletas de sonhos, e que entoavam hinos de amor e realização.

Seguindo, na sinalização de sua luz entrei no círculo da resplandecência, deixando-me envolver pelo êxtase do amor.

E nas minhas noites solitárias, depois de tagarelar com você, falar de tudo e falar de nada, eu o via, caminhando de braços estendidos, me acolhendo e dominando meu corpo, para que realizássemos nossos desejos, numa entrega total, sem reservas, sem pudores, sem medos e então alçávamos juntos ao paraíso, onde tudo é beleza, e o caminhar é leve no sincronizar de passos que imitam a dança, que vão e voltam, se entregam, se rejeitam para retornar em nova entrega até atingir o delírio quando se saboreia, num último beijo, os dulcíssimos frutos celestiais.

Então, amor, naqueles dias, ou noites, eu fui feliz. Entreguei-me a você sem questionar o amanhã e sem investigar o ontem. Fui feliz porque a felicidade é entregar sem questionar. A felicidade é receber com a mesma alegria e ingenuidade da criança que em tudo crê e exulta ante os presentes mais singelos. E você era o meu presente. O presente que a vida me oferecia, como momentos para tão-somente, ser feliz.

Ser feliz é pedir pouco, e do pouco que se recebe fazer uma festa.

E eu fiz de você uma festa dentro de mim.

Amo você.

Meu recanto, numa noite de primavera do ano de 2003.

Autora: ReginaCelia (direitos autorais reservados)

FIM DA CARTA N. 1

Além da Telinha - Prosa Poética

Amor além da telinha

Prosa poética


Hoje acordei leve...
o coração batendo lentamente.
Levantei-me e abri a janela...
Dia lindo!...
O sol espalhava luz por todos os lados...
parecia cantar... como em dias de festa.


Vesti-me... abri todas as portas
como querendo abraçar a luz
querendo abraçar a vida
que lá fora se espargia.


Senti uma vontade muito grande
de falar de amor....
mas apesar de tanta luz e claridade
lá fora...
aqui dentro o silencio se fazia!

Olhei para os lados...
uma casa pequena... desarrumada..
um computador sobre a mesa...
e papéis... muitos papéis espalhados,
numa desarrumação total.


Mas eu queria falar de amor...
de uma amor desencontrado,
de um amor jogado no ar... no mundo...
no fundo... de corações distantes
de corações hesitantes
que se colocam na telinha
em berlinda...buscando o quê?
Talvez!... talvez!... quiçá!...
quem sabe?!!...
Um pouquinho aqui... um pouquinho ali
no mundo virtual...
aquele afeto que falta no real.

Fiquei pensativa!!!
pensando neste meu querer falar de amor
a paredes mudas e frias...
a espaços vazios...
enquanto lá fora o "deus sol" esparge
tanta luz... tanto calor...
aqui dentro o coração esfria...
o silêncio abafa... as palavras não ditas,
as frases não ouvidas
em noites longas... de busca...
a eterna busca...do eterno amor.

Pense nisto!
E quando ligar a sua telinha...
de noite... à noitinha...
na madrugadinha de sua vida...
não enfrente esta telinha como uma coisa...
Pense!!!...Pense!!!!... Pense!!!
que lá do outro lado...
em lugar distante...
um ser de rosto desconhecido...
coração sofrido... muitas vezes ansioso...
é um ser que busca de você...de mim...
uma palavra amiga... um gesto de afeto...
um elogio... talvez....
um beijo de fantasia..
mas que muitas vezes parece
queimar seus lábios como se real fosse...


Este alguém... do outro lado da telinha
busca suas mãos e as sente, quantas vezes,
percorrer seu corpo , que em fogo se acende,
muito mais, como se realidade fosse!


Finalizando:

NUNCA OLHE PARA ESTA TELINHA
COMO SE COISA MORTA FOSSE....
NUNCA FALE PARA ESTA TELINHA
COMO SE ELA OUVIDOS NÃO TIVESSE...

... ame esta telinha.... ame os outros
que do outro lado estão... esperando...
aquele gesto... aquele ponto e vírgula...
aquele oi......
aquele beijo... aquele abraço
e que também esperam o seu riso,
o seu suspiro... a sua lágrima,
a sua confidência... o seu pedido.
um seu bom dia...
ou um toque de boa noite!!!

Esta telinha é fria,
mas, do outro lado com certeza...
muitos corações palpitam...

Agora...
que lhe falei dos meus sonhos...
das minhas fantasias....
dos meus anseios... dos meus desejos,
da minha ansiedade... da minha lacuna,
quero outra vez olhar lá fora...
e abraçar o sol...
como se o sol fosse
você me dando aquele abraço,
que em longas noites,
em longos dias...
estou esperando!


Ailecaniger - regina célia

escrita em 06/06/2000.

Direitos Autorais Reservado

Pra Você - Poesia

PRA VOCÊ

Sou feliz! Hoje, fomos ao paraíso
Encontramos a nossa fantasia
o melhor de nossos sonhos!
Quero que a vida nos presenteie
com suas venturas, seus prazeres.

Quero ser sempre sua e sempre
abraçá-lo, aconchegá-lo a mim...
fazê-lo sorrir... fazê-lo amar..
como nunca, por certo nunca sentiu...

Agora em meus braços virtuais
quero lhe fazer muito feliz.
Amor de minha vida... amor dos meus sonhos
guarda meus enlevos... aconchega no peito
vamos sonhar... vamos amar... vamos sentir.

Quero que outras vezes me deseje
quero que outras vezes me queira
e muitas vezes mais. . e mais a cada dia...
um novo sonho... uma nova fantasia.

ailecaniger - regina célia - escrita em 25/06/2000vistem meus sites
telemensagemfonada
telemensagem.online
baixatelemensagem


Direitos Autorais Reservados

Guereiro - Poesia

Guerreiro

Todo Guerreiro já foi amado,
com a força e o furor de uma ou muitas mulheres!
Todo Guerreiro já foi odiado
com toda a capacidade de uma ou muitas mulheres!
Todo Guerreiro marca com seus laços,
os braços
que um dia o abraçou!

Todo Guerreiro é um homem,
nada mais que um homem,
nem deus, nem anjo
nem tão pouco demônio!

Um Guerreiro é um Homem
que como todo homem
foi muito amado:

Primeiro pela mãe que o recebeu nos braços,
enlaçou, sorriu feliz e esqueceu do parto a dor;

Segundo pela primeira e terna namorada
que o recebeu no ventre virgem,
o enlaçou, abraçou e esqueceu do desvirginamento a dor;

Depois foi amado pela mulher que escolheu
para companheira e mãe dos seus filhos,
Que o teve, amou e reproduziu dele as réplicas do amor;

Por ultimo, foi amado
Pela mulher que nada mais lhe pediu
além de amor pelo amor,
entregou, enlaçou num abraço
e o perdeu para o mundo,
mas esta última, nunca
superará a dor.

Guerreiro é o que vem e passa.
Guerreiro é o que passa e nunca mais vem.
Afinal, Guerreiro é o amado
de muitas mulheres
e talvez não saiba o valor
que tem.


Dedicatória de ReginaCélia - Toda mulher tem pelo menos um guerreiro na vida: Guerreiro Pai, Guerreiro Filho, Guerreiro Irmão, Guerreiro Marido, Guerreiro Amante.

Dedico esta poesia a um Guerreiro Especial, que passou pela minha noite, iluminou com raios de luz e ternura e partiu deixando rastros de saudades. Lembro aqui que Guerreiro é uma Fantasia.


Autora: REGINACELIA
Direitos Autorais Reservados
escrita em 26/07/2002 - como réplica a uma poesia recebida da Ilha da Fantasia

Meu Recanto - Campo Limpo Paulista - 1999

Meu Recanto


Cheguei aqui não faz muito tempo e já estou apaixonada por você.
Meu Recanto lindo, cheio de luz, repleto de calor.

Acordo de manhã com o sol entrando em minha janela – iluminando o meu mundo, tão pequeno, porém aconchegante.

Quando vim ao Meu Recanto pela primeira vez, comprar uma casa, eu queria uma casa grande com janelas largas,.... portas largas,.... espaços grandes,.... para garantir-me de bastante ventilação e claridade. Queria uma chácara com muito verde, um jardim e um pomar. Mas comprei uma casa pequena, com portas e janelas acanhadas – fiquei meio insatisfeita! Um pouco triste, decepcionada.

Mas hoje, vejo que no Meu Recanto, não precisamos de casa grande e nem de janelas largas, o sol entra por todos os lados, pelas pequenas frestas e o verde está em toda parte. O sol ilumina os campos e tudo parece festa. Com poucos moradores na vizinhança têm-se a sensação de paz e serenidade. As pessoas se cumprimentam. Conhecem-se pelo nome. Não somos um número como nas grandes cidades. Somos pessoas. Temos fisionomia, personalidade. Temos amigos, vizinhos, companheiros, conhecidos, colegas e até irmãos de fé. O meu recanto é ainda, apesar dos tempos modernos, habitado por gente. Os robôs da civilização ficam ainda distantes – em outros locais.

Estou apaixonada por você, Meu Recanto – amo o seu verde espalhado nas suas reservas naturais. Amo o seu sol que nasce luminoso logo de manhã e brilha até o entardecer num céu azul. Um azul, que de tão azul, nos fere os olhos, nos queima a pele, e isto há anos eu não via, ou melhor, desde que parti da minha Minas Gerais.

Amo as suas biquinhas de águas límpidas e transparentes – com sua insipidez – e sua pureza sem igual. Amo esse seu sobe e desce de colinas e morros, a aspereza do teu solo, a desorganização das muitas casas em construção, que se erguem, umas brancas, outra amarelas, muitas ainda sem reboco, com tijolo à vista, sem pintura. ‘São as marcas do pobre, construindo seu ninho, construindo o futuro'.

Amo este povo tão simples! – tão meigo! – tão receptivo!... – que aceita sempre com olhar benevolente o novo morador que vem para perto de sua porta.

Sinto-me aqui, jovem de novo, como menina ainda, cheia de esperanças, respirando um ar sem monóxido de carbono, tomando água sem cloro, vendo um sol de verdade, sem a cortina de fumaça da poluição das cidades grandes.


Ah! Meu Recanto, você me lembra a terra onde nasci, cheia de morros, sol escaldante, riachos, colinas, verde, muito verde, flores, muitas flores, campos que se estendem até onde nosso olhar não mais alcança, uma igrejinha para os fiéis, cercada de ciprestes e uma cancela branca, onde crianças correm daqui pra li, jogando bola, gritando asneiras, cachorro latindo, galo cantando nas madrugadas, cavalo a tropel, charretes, carroças, chácaras, sítio, casas, tudo misturado como uma coisa só, ricos e pobres vivendo pacificamente, sem constrangimento, sem preconceitos, sem medos.

Cheguei aqui há tão pouco tempo, e já entreguei meu coração! Gostaria de fazer-lhe mil versos – muitos versos, todos os dias – a cada amanhecer – a cada anoitecer e mandar compô-los em músicas sinfônicas que cantassem a sua beleza para sempre – para que as gerações futuras venham a saber, que vivi num lugar como este – que por certo não será o mesmo daqui a alguns anos – pois com certeza, também aqui, chegará a civilização com todos os seus benefícios e seus malefícios, tais como: – cultura, facilidades do comércio, mas também, poluição, criminalidade, falsidade, angústia e desespero, medos, fantasias, ilusões e também sonhos.

Mas por enquanto, Meu Recanto, você ainda é uma criança – repleto de ingenuidade, escondido entre as matas – cheio de esperanças, de alegrias e de sonhos de um novo alvorecer.

Aqui estou e aqui ficarei – aqui viverei, reconstruirei o meu passado e reorganizarei o meu futuro e aqui quero morrer, olhando o pôr do sol e respirando o seu ar puro e morrer com alegria por aqui ter vivido, mesmo que seja por uns poucos anos que me restam! Ou quem sabe, muitos anos que me restam!

Quero ter amigos, plantar as sementes dos meus sonhos, colher os frutos do meu trabalho, distribuir a esperança do meu coração, entregar a fé de minha alma.

escrito em dezembro 1999 - quando me mudei para Campo Limpo Paulista - SP

Autora: ReginaCelia (direitos autorais reservados)

Visite meus sites
Telemensagemfonada - mensagens de amor e aniversário para ouvir e cds para venda

A Menina e o Cego - Histórias que a vida conta - texto

A MENINA E O CEGO - HISTÓRIAS QUE A VIDA CONTA
Há 50 anos, existia no sul das Minas Gerais, uma pequena cidade, com mais ou menos 5.000 habitantes, onde moravam, como em todo lugar, a riqueza, a pobreza, a avareza e a bondade, mas o que encantava, é que ali moravam também a alegria e a ingenuidade das crianças, pois podiam correr, brincar e se expressar com liberdade; não viviam trancadas entre paredes. E, na falta do mundo eletrônico, criavam elas mesmas os seus brinquedos.

Entre os habitantes naturais do lugar, moravam ali um preto velho, cego, de nome Domingos, e uma menina de nome Ritinha, que embora sendo uma menina pobre, se imaginava princesa e pretendia chegar ao posto de rainha.

O cego, todos os dias, sentava-se num banco da praça e esperava pacientemente a menina, que vinha saltitante trazer-lhe um copo de café, pão ou alguma iguaria feita em casa.

O cego percebia logo a chegada da menina, pelos sons de seus passos e seu riso cantante. Na mente do cego, tudo se iluminava e logo perguntava: - “como vai minha princesinha? Dormiu bem? Estudou muito?.”

Ritinha sempre no mundo da lua, respondia displicentemente: - Sim, dormi bem e sonhei com nosso castelo – você sabe num é? Você sabe tudo sobre nosso castelo, num sabe? E você, como passou a noite?

O cego se lamuriava, dizendo que sentiu frio à noite – pois sua casa era muito úmida, e suas cobertas muito poucas, e muitas vezes sentia fome, mas não tinha nada em casa para comer.

Mas Ritinha logo retrucava – “não se preocupe meu velho, quando eu crescer, me tornarei rainha, terei um castelo enorme, com muitos quartos, e você terá um quarto com muito conforto só pra você.”

E Domingos respondia, abanando a cabeça e fazendo – hum... hum... que beleza! Que beleza! Tudo que você me diz é música para meus ouvidos e à noite me faz adormecer na esperança de um outro dia melhor.

Ritinha, sem mais demora, e sem esperar convite, sentava-se perto do cego, balançando as pernas, pois seus pés ainda não alcançavam o chão, e punha-se, então, a tagarelar sem parar, e Domingos escutava embevecido.

“Meu amigo, hoje, sou uma menina pobre, você sabe, mas vou estudar, trabalhar, e serei muito rica. Vou construir um palácio com 400 cômodos, para onde levarei todos os pobres da cidade. No meu palácio existirão muitos jardins repletos de lindas flores colorindo todos os lugares por onde a gente andar.”

“Terei muitos animais; cavalos, vacas, cachorros, galinhas, patos, marrecos, passarinhos, e quando o sol despontar – todos colocarão suas vozes no ar, como música para acordar os habitantes do meu lar.”

“Não existirão cercas, nem muros, pois ninguém vai querer fugir deste lugar encantado que vou criar.”

“A água de nossa casa nascerá de uma fonte limpa e fresca e no seu borbulhar emitirá sons de uma canção que todas as crianças vão aprender a cantar.”

“As paredes serão erguidas com tijolos de argila que meus vassalos irão moldar, usando o carinho de suas mãos e o muito amor que terá sido plantado em seus corações.”

“As janelas serão grandes, bem grandes, largas assim (e Ritinha abre os braços, como se o velho cego pudesse ver) e serão grandes assim, para que durante o dia os raios do sol entrem e se espalhem por todos os cantos e se reflitam nas paredes onde diamantes mandarei incrustar.”

“À noite, velas serão acesas em candelabros enormes, enormes assim, que estarão nos cantos de cada cômodo, e não dependeremos de luz elétrica e nem de moinhos a rodar.”
“Na hora das refeições, vou querer na mesa todos os meus amigos, inclusive os vassalos, para juntos dividirmos os alimentos que ali mesmo terão sido preparados por mãos de fadas, que na minha cozinha virão morar. Elas transformarão abóboras em doces divinos e o simples arroz e feijão será um prato que os deuses irão desejar.”

“A nossa sala de jantar será enfeitada com rosas, orquídeas e margaridas, que espalharão perfume no ar – os vinhos serão trazidos pelos vassalos que terão amassado a uva e temperado com as varinhas de condão das fadas. Este tempero das fadas não deixará que o vinho nos embriague, e muito menos traga tentações e maus sentimentos aos nossos corações.”

“Os quatro cantos da mesa estarão sempre reservados para os anjos que Deus mandará para serem nossos guardiões – o anjo Amor, o anjo Esperança, o Anjo Prazer e o Anjo Vida. O nosso amigo Sonho se sentará na cabeceira da mesa e, na outra ponta, a nossa amiga Fantasia ficará de prontidão. Pois sem sonho e fantasia nosso castelo seria um lugar muito triste, e pouco adiantaria todo o luxo que eu pudesse comprar; as paredes, com o tempo criariam bolor, e as sombras da noite se tornariam permanentes, impedindo a todos de esperar com alegria, o amanhecer de cada dia.”

“Depois do jantar, nos daremos às mãos, e sob os sons das harpas dos anjos Amor, Esperança, Prazer e Vida, iremos dançar e cantar, brincar de roda, jogar amarelinha, abraçando nossos pares, aqueles que tivermos escolhido para amar.”

“Você, meu amigo, esquecerá o frio, a fome, e eu me sentirei amada, muito amada, porque tudo que for meu, dividirei com aqueles que me seguirem.”

Ritinha continuava sua sonhadora tagarelice e todo dia contava ao amigo uma nova versão de sua estória, de seu palácio, pois, à medida que crescia, ela conseguia se apropriar, mais e mais, de palavras, e mais conhecimentos, com os quais aumentava ou modificava suas narrativas.

O velho preto, Domingos, era cego, e na sua escuridão, ficava imaginando com os olhos da alma, as cenas fantásticas criadas na imaginação daquela menina, que todos os dias vinha lhe trazer um pouco de luz, esperança e alegria, fazendo-o rir; e, naquelas poucas horas, ele se esforçava para acreditar que todos aqueles sonhos de Ritinha um dia poderiam ser verdades.

E a menina Ritinha, um dia, foi embora em busca da realização de seus sonhos; o preto velho ficou sozinho, mas, todos os dias voltava à praça para esperar que Ritinha viesse lhe buscar. Ele não queria que quando ela voltasse, não o encontrasse na praça, e ele ficava então ali, sentado, lembrando do seu riso, dos seus gritos, e a cada rumor de criança seu coração se acelerava e um sorriso se estampava em seus lábios.

Porém, a menina nunca voltou. A vida a levou para longe, muito longe. E, como ela havia prometido ao velho amigo, lutou muito contra preconceitos, dificuldades no caminho e trabalhou; debruçou-se sobre livros e o máximo que conseguiu foi ‘ser uma pessoa comum', entre tantas outras que saem de uma cidade pequena rumo às grandes cidades em busca da realização de sonhos. Mas, logo, todos percebem que as metrópoles são arenas, não sorriem para qualquer um que chega, e somente vence o mais forte, ou aquele que já traz na bagagem conhecimentos e algum respaldo financeiro, que lhe possibilitam alcançar metas e usufruir a vida moderna.

Já se passaram 50 anos e a menina Ritinha – agora uma senhora –, nunca mais voltou à sua pequena cidade.

O velho Domingos, hoje, por certo deve estar sentado na praça de uma cidade chamada Paraíso, ouvindo o canto dos anjos dos sonhos de Ritinha, caminhando pelos jardins floridos do palácio de Deus – e quem sabe, imaginando: “- Ela prometeu, num prometeu? Prometeu e cumpriu, mandou que seus vassalos fossem me buscar, devia estar muito ocupada para ir pessoalmente me acompanhar - mas o que importa é que cá estou eu, ouvindo esta música celestial, sentindo este perfume inebriante, bebendo da água cantante que os anjos me trazem e não sei mais o que é frio, fome ou tristeza.”

”... Mas, sinto saudades da Ritinha, onde será que ela está?”

ailecaniger - reginacelia

ailecaniger

Leia e comente comigo no meu livro de visitas.

Veja o menu de estórias na lateral.

Autora: Regina Celia (direitos autorais reservados)

São Paulo, agosto de 2005

visitem meu site
TELEMENSAGEM FONADA - SERVIÇOS DE ENVIO DE MENSAGEM VOZ POR TELEFONE E MENSAGENS PARA OUVIR NO SITE.

A Minhoca - Crônica

A MINHOCA

Não gosto de filosofar, portanto, gostaria que ao ler este texto, considerassem apenas como sendo uma crônica ou um pequeno conto revestidos de uma lição de vida. Não só vida humana, mas simplesmente vida. Algo assim para se pensar e aplicar no dia a dia.

Estava eu, há pouco tomando um sol da manhã no jardinzinho público que fica bem em frente de minha casa e de repente me deparei com um quadro insólito, o qual senti vontade de contar às pessoas. Mas como não tenho pessoas aqui para as quais contar, resolvi escrever.

Lá estava eu sentada, pensando na minha vida solitária, nos meus sonhos de amor irrealizados e também nos realizados, nos planos projetados e perdidos e outros que se tornaram vencedores. Pensava; somente pensava, ora me rejubilando, ora me amargurando. A vida é uma guerra constante, da qual saímos muitas vezes vitoriosos e outras derrotados. Engraçado é que se vibramos com a vitória, esquecemos muito depressa os sucessos e as alegrias se algum ruim por menor que seja recai sobre nós. Lembramos na vida mais as derrotas que os sucessos. Deveria ser o contrário. Assim, seríamos mais felizes. Eu mesma vou começar a olhar assim para a minha vida; chorar menos; resmungar menos; acreditar mais e dar mais valor aos pequenos detalhes que alegram os meus dias.

Então voltando a estória do dia, lá estava eu sentada e olhando para a grama e vi uma minhoca que alegre e muito espertinha (dentro de suas possibilidades, é lógico) se arrastava, talvez como eu, tomando um solzinho para se esquentar neste frio danado do "Meu Recanto". Fiquei olhando a Minhoca e lembrando que alguém dissera no programa do Silvio Santos "Show do Milhão" que a minhoca é surda. E então, pensava comigo "coitada!... Surda!...". Bom, mas ela passeava, estava viva, vivinha. Aí eu vi aparecerem formigas: uma.. duas... e daí a pouco um monte, pequeninas, bem pequeninas, quase imperceptíveis. Muitas formigas pequeninas que se jogaram vorazes sobre a minhoca que em relação a elas (formigas) poderia se comparar a uma montanha. Mas as formigas avançaram, a minhoca se rebelou, virou daqui, virou pra lá e vieram mais formigas, muitas mais e muitas e a minhoca se remexia... tentava fugir e não conseguia. E vieram mais formigas e a minhoca começou a se entregar aquele assédio, ficando quase inerte. As formigas pequeninas, mas em grande número, começaram a soerguer a minhoca para carregá-la para seu formigueiro. Vocês sabem que as formigas levam tudo para o grupo que espera; não? Levam para compartilhar, dividir, somar. Cada uma trás um quantidade quase ínfima, que alimenta um batalhão.

Neste ponto, tive pena da minhoca e pegando um pauzinho, levantei-a e coloquei noutro lugar distante das formigas. Era tarde, a minhoca estava morta e nem se mexeu mais, porém lá vieram as formigas pelo cheiro e se agruparam de novo sobre a minhoca. Fiquei olhando pensativa e vindo para casa, desejei escrever esta crônica, tirando do episódio uma lição de vida, que é tão velha quanto a humanidade:

A UNIÃO FAZ A FORÇA!

A família unida vence todas as dificuldades, trabalha na alegria, vence a dor. A família desestruturada leva a grandes infortúnios de seus integrantes – forma delinqüentes, assassinos, drogados, alcoólatras etc.. etc.. etc.

A pátria quando amada, se tornar forte, produz alimentos o suficiente para todo o seu povo, vence os invasores, vence as guerras, se sobrepõe até as catástrofes da natureza. A pátria quando levada a sério, amada com toda a força se torna uma potência.

A empresa amada pelos seus componentes, patrões e empregados, que se unem num mesmo objetivo se transforma numa ORGANIZAÇÃO.

Amigos que se unem num só objetivo, se amam e se respeitam, formam um grupo, uma comunidade e todos se beneficiam.

Um homem e uma mulher que se amam de verdade - formam uma FAMÍLIA, geram filhos sadios, netos, bisnetos e deste pequeno grupo iniciado pelo AMOR de um homem e uma mulher, nasce um povoado, uma EMPRESA... UMA ORGANIZAÇÃO... NASCE A PÁTRIA.

A UNIÃO FAZ A FORÇA!!! - AS FORMIGAS PEQUENINAS VENCERAM A MINHOCA ENORME, PORQUE ESTAVAM UNIDAS. A MINHOCA FOI VENCIDA PORQUE SE AVENTUROU NUM PASSEIO SOLITÁRIO SOBRE A GRAMA. PARA A MINHOCA, A GRAMA ERA UM UNIVERSO MUITO ARRISCADO - ENORME DEMAIS. PARA AS FORMIGAS A MINHOCA ERA UM MONSTRO - MAS AS FORMIGAS VENCERAM PELA UNIÃO - PELO TRABALHO - PELA COLABORAÇAO.

Vamos pensar nisso? Você tiraria desta parábola algo para pensar sobre a nossa proposta COMUNIDADE ARTES?

PENSE SOZINHO. COMENTE COM SEUS AMIGOS. REPASSE ESTA IDÉIA.

ReginaCélia


escrito em 20/agosto/2001

A Minhoca - Crônica

A MINHOCA

Não gosto de filosofar, portanto, gostaria que ao ler este texto, considerassem apenas como sendo uma crônica ou um pequeno conto revestidos de uma lição de vida. Não só vida humana, mas simplesmente vida. Algo assim para se pensar e aplicar no dia a dia.

Estava eu, há pouco tomando um sol da manhã no jardinzinho público que fica bem em frente de minha casa e de repente me deparei com um quadro insólito, o qual senti vontade de contar às pessoas. Mas como não tenho pessoas aqui para as quais contar, resolvi escrever.

Lá estava eu sentada, pensando na minha vida solitária, nos meus sonhos de amor irrealizados e também nos realizados, nos planos projetados e perdidos e outros que se tornaram vencedores. Pensava; somente pensava, ora me rejubilando, ora me amargurando. A vida é uma guerra constante, da qual saímos muitas vezes vitoriosos e outras derrotados. Engraçado é que se vibramos com a vitória, esquecemos muito depressa os sucessos e as alegrias se algum ruim por menor que seja recai sobre nós. Lembramos na vida mais as derrotas que os sucessos. Deveria ser o contrário. Assim, seríamos mais felizes. Eu mesma vou começar a olhar assim para a minha vida; chorar menos; resmungar menos; acreditar mais e dar mais valor aos pequenos detalhes que alegram os meus dias.

Então voltando a estória do dia, lá estava eu sentada e olhando para a grama e vi uma minhoca que alegre e muito espertinha (dentro de suas possibilidades, é lógico) se arrastava, talvez como eu, tomando um solzinho para se esquentar neste frio danado do "Meu Recanto". Fiquei olhando a Minhoca e lembrando que alguém dissera no programa do Silvio Santos "Show do Milhão" que a minhoca é surda. E então, pensava comigo "coitada!... Surda!...". Bom, mas ela passeava, estava viva, vivinha. Aí eu vi aparecerem formigas: uma.. duas... e daí a pouco um monte, pequeninas, bem pequeninas, quase imperceptíveis. Muitas formigas pequeninas que se jogaram vorazes sobre a minhoca que em relação a elas (formigas) poderia se comparar a uma montanha. Mas as formigas avançaram, a minhoca se rebelou, virou daqui, virou pra lá e vieram mais formigas, muitas mais e muitas e a minhoca se remexia... tentava fugir e não conseguia. E vieram mais formigas e a minhoca começou a se entregar aquele assédio, ficando quase inerte. As formigas pequeninas, mas em grande número, começaram a soerguer a minhoca para carregá-la para seu formigueiro. Vocês sabem que as formigas levam tudo para o grupo que espera; não? Levam para compartilhar, dividir, somar. Cada uma trás um quantidade quase ínfima, que alimenta um batalhão.

Neste ponto, tive pena da minhoca e pegando um pauzinho, levantei-a e coloquei noutro lugar distante das formigas. Era tarde, a minhoca estava morta e nem se mexeu mais, porém lá vieram as formigas pelo cheiro e se agruparam de novo sobre a minhoca. Fiquei olhando pensativa e vindo para casa, desejei escrever esta crônica, tirando do episódio uma lição de vida, que é tão velha quanto a humanidade:

A UNIÃO FAZ A FORÇA!

A família unida vence todas as dificuldades, trabalha na alegria, vence a dor. A família desestruturada leva a grandes infortúnios de seus integrantes – forma delinqüentes, assassinos, drogados, alcoólatras etc.. etc.. etc.

A pátria quando amada, se tornar forte, produz alimentos o suficiente para todo o seu povo, vence os invasores, vence as guerras, se sobrepõe até as catástrofes da natureza. A pátria quando levada a sério, amada com toda a força se torna uma potência.

A empresa amada pelos seus componentes, patrões e empregados, que se unem num mesmo objetivo se transforma numa ORGANIZAÇÃO.

Amigos que se unem num só objetivo, se amam e se respeitam, formam um grupo, uma comunidade e todos se beneficiam.

Um homem e uma mulher que se amam de verdade - formam uma FAMÍLIA, geram filhos sadios, netos, bisnetos e deste pequeno grupo iniciado pelo AMOR de um homem e uma mulher, nasce um povoado, uma EMPRESA... UMA ORGANIZAÇÃO... NASCE A PÁTRIA.

A UNIÃO FAZ A FORÇA!!! - AS FORMIGAS PEQUENINAS VENCERAM A MINHOCA ENORME, PORQUE ESTAVAM UNIDAS. A MINHOCA FOI VENCIDA PORQUE SE AVENTUROU NUM PASSEIO SOLITÁRIO SOBRE A GRAMA. PARA A MINHOCA, A GRAMA ERA UM UNIVERSO MUITO ARRISCADO - ENORME DEMAIS. PARA AS FORMIGAS A MINHOCA ERA UM MONSTRO - MAS AS FORMIGAS VENCERAM PELA UNIÃO - PELO TRABALHO - PELA COLABORAÇAO.

Vamos pensar nisso? Você tiraria desta parábola algo para pensar sobre a nossa proposta COMUNIDADE ARTES?

PENSE SOZINHO. COMENTE COM SEUS AMIGOS. REPASSE ESTA IDÉIA.

ReginaCélia


escrito em 20/agosto/2001

Suspiros - Poesia

SUSPIROS

DERRADEIROS



Acabaram-se as emoções ...
não existem mais esperas,
nem desejos, tampouco saudades ...

O vulto da ilusão desaparece,
a luz se apaga,
o coração amortece,
fica o vazio cheio de nada,
vazio sem lembranças,
sem momentos,
com apenas horas caladas,
minutos suspensos no ar ...

Ficam saudades, sem saudades,
lembranças perdidas,
de um vulto fantasma
que caminhava nas noites
de braços estendidos,
buscando emoções não sentidas,
buscando aconchego no vazio ...
... ... ... ... sem nada!


Ficam lembranças da ternura buscada,
de emoções rejeitadas,
de mãos que se apertam,
lábios que jamais se tocam,
de corpos etéreos, vagando
no infinito ... ... perdidos
no êxtase do imenso universo
onde cores não se confundem
simplesmente por falta de cor.


Vazio ... vazio sem dor ...
Busca ... busca sem encontro,
Fuga ... fuga sem perda,
Luta ... luta sem guerra,
pois não existe nada a conquistar,
tão pouco conquistador.


maio de 1979 – reginacélia -ailecaniger

Direitos Autorais Reservadosvistem meus sites
telemensagemfonada
telemensagem.online
baixatelemensagem

Meditação - Poesia

MEDITAÇÃO


A vida não é um sonho,
mas como viver sem sonhar?
Que fazer do amor
que nasce no âmago e não pode viver?
Que fazer da alegria,
que um dia nos sorria,
agora no silêncio das noites vazias,
sem prantos, sem lágrimas,
os soluços não encontra, para desabafar?

Que fazer do sufoco, do grito sem eco,
que se estende ao infinito para nada buscar?

Que fazer da dor, que não se pode sentir,
porque os laços são frágeis
e fáceis demais de se desatar?

Que fazer da saudade
de momentos de ternura,
nos quais se oferece
por pura necessidade
de se dar?

****

"Não lamentes, não chores,
não ofereças,
que o amor se realiza
no silêncio paciente
dos que nada têm a buscar...


Não fales. Não grites.
Que se o mundo te ouve
destruirá todas as cores
que de fantasia criaste
no painel de teus sonhos
com pincéis incolores."


julho de 1979 – reginacélia - ailecaniger

Direitos autorais reservados

Quero te Encontrar - Prosa Poética

QUERO TE ENCONTRAR

prosa poética


Quero te encontrar outra vez,
num noite de lua, talvez...
com minha mão na tua
caminhar por ruas, por jardins
beijar-te com avidez,
e sob a luz branca da lua
tornar-me toda só tua.

Quero te encontrar outra vez,
num dia claro de sol luminoso,
caminhar na praia, talvez,
ou afrontar o mar tenebroso
e sem medo, sem receio
entregar-te em sofreguidão
o meu corpo, a minh’alma
e delirar de paixão.

Quero te encontrar outro dia
sob a chuva ou garoa fininha,
esconder-me entre os teus braços
apertar estes nossos laços
sendo a fantasia uma fitinha
que amarra corações.

Quero te encontrar outra noite
nos lençóis de seda de minha cama
fazer-te herói, fazer-te deus,
satisfazer todos os sonhos teus.

Quero te encontrar na tardinha,
quando o vento sopra seus segredos
e com meu braço no teu braço
voar tal qual uma andorinha
nos céus dos teus enlevos
de amante e cavaleiro domador.

Quero acordar de manhãzinha
abrir minha janela para a vida,
respirar o ar das manhãs,
sentir o sol no meu rosto
e voltando o meu olhar
para o meu leito ainda desfeito
encontrar as marcas do teu corpo
e das nossas noites de amor.


(pseudônimo) ailecaniger - Regina Célia
Direitos Autorais Reservados
Escrita em 18/09/2000

Sou Feliz - Poesia

Sou feliz

Como eu sou feliz!!!
Oh deus!... Oh deus do amor...
vieste, até que enfim vieste
deitar-te nestes meus lençóis
de seda que te estendo...
onde nossos corpos gemeram
e arfaram ao som indelével
da música de nossos desejos...

Oh deus do amor...vieste ao meu encontro
e me deste o prazer máximo
aquele que de ti esperei uma vida.
Mas valeu... amor...vida de minha vida...
amor... deus majestade
acordaste-me do meu sono..
do sono de "Majestade Estática".

Um dia, há um tempo distante
estendi-te as flores do meu pranto,
forrei tua cama com as pétalas
desfolhadas de minhas esperanças.
Fugiste... Magoada, cantei-te
em versos perdidos em noites frias...
mas hoje te tive em meus lençóis,
onde falei-te de amor...
te possuí e me possuíste,
e esquecidas quero deixar as flores..
que um dia ao léu lancei..
Vem meu deus... amor de minha vida..
meu dono... meu rei... que para ti
quero ser eternamente "RAINHA".

****
reginacelia - ailecaniger
Direitos Autorais Reservados

em homenagem ao dia dos namorados...
e ao "deus do amor

O Homem em Alto Mar - Prosa Poética

O Homem em Alto Mar

prosa poética (uma parábola)

A história do homem que navegava e

da mulher que nadava!

Era uma vez um homem que navegava por altos mares. Seguia em busca de novidades... o dia se punha alto... o sol brilhava altaneiro e já se descambava no horizonte... na grande imensidão do nada ele avistou um vulto... um vulto de mulher que nadava.
Apressou-se com suas remadas para alcançá-la. Quem sabe precisava de alguma coisa? Em tão alto mar, que faria aquela mulher se uma onda maior viesse?
Aproximando-se da mulher, perguntou:

- "Que fazes aí sozinha em alto mar, nadando a braçadas? Não tens medo?"

A mulher respondeu:
- "Não tenho medo. Caminho sobre as ondas dos sonhos, e os meus sonhos me tornam leve, de tal forma que as ondas não me cobrem.. eu flutuo sobre elas."

Então o homem perguntou:
- "E o sol não te queima a pele, não te fere os olhos, não te cega?"

A mulher respondeu:
- "Não, o sol é um deus que vive dentro de mim, não me queima, pois o escondo em mim mesma como se fosse um precioso troféu."

O homem retrucou:
- "Não te sentes só neste mar infinito.. onde nada se vê.. nada se encontra?"

A mulher responde:
- "Não viajante de altos mares. Não. Porque sou dona do meu destino, o escolhi assim, boiar sozinha em altos mares, deixar-me queimar pelo sol, e viver só.. nas ondas dos meus sonhos."

E a mulher continua:
- "Mas e tu, viajante, o que fazes neste mar deserto, em tão alto mar que a terra firme se vê tão distante? O que buscas, meu viajante?"

Ao que o homem respondeu:
- "Busco o prazer.. somente o prazer. Busco o desconhecido... a beleza... a leveza...o encanto dos mares... o perigo das ondas... a alucinação das sereias!!! "
Pergunta a mulher:
- "Mas que prazer buscas nestas visões de perigo e alucinação?"

E o homem responde:
- "O prazer de conquistar.. a imensidão.. o nada... conquistar talvez o sonho que vive dentro de mim.. e que nem sei qual é... busco... busco...busco e não sei o que busco, se busco a certeza de um afeto... ou apenas momentos de fantasia... mas busco.. quem sabe um dia hei de encontrar.. e preencher o vazio que, mesmo estando em meio à multidão, habita dentro de mim."

A mulher então diz ao homem:
- "Eu sei... tu buscas o sonho da felicidade... que em algum lugar deixastes sem saber que o deixavas, e nem onde o deixavas, e agora o procuras para torná-lo talvez uma realidade... mas não encontras. Não é assim?"

E então o homem, com olhos brilhantes, diz:
- "Sim.. busco o sonho da felicidade para preencher o meu vazio.. o vazio que me foi deixado.. pelo meu querer sem querer.. amar sem amar.. desejar sem desejar. Enfim.. busco o paraíso.. que não sei onde está... se dentro de mim.. se fora de mim... em alguém distante, em alguém perto ou além, no infinito."

A mulher então diz ao homem:
- "Venha, aconchega-te em meus braços e sinta o meu palpitar.. sinta o vulcão do sol que brilha dentro de mim... sinta-me, possua-me.. e encontrarás o paraíso.. não o paraíso que está dentro de mim.. mas aquele que está dentro de ti. Não importa se sou bela ou se sou feia, se sou apenas uma voragem... ou uma nuvem que passa... porque de fato.. o paraíso está é dentro de ti e não em lugar algum em que busques."

Nisto, a mulher se agarra na barca do homem e sobe... o homem a possui.. e no êxtase do prazer se eleva aos céus... mas de repente vem uma onda muito grande...trovões e relâmpagos que clareiam os céus, e por um instante o homem vislumbra o rosto da mulher que está a possuir...("Oh! Ela é humana!") mas não é um ser humano que ele busca... ele busca as deusas dos mares... que flutuam nas ondas de seus sonhos... e reluzem ao sol de verão de sua juventude fugidia... diante desta tormenta de raios, incertezas, angústias, e o sentimento angustiante da perda do falo, o homem diz a mulher:

- "Por favor, desça de minha barca.. pois ela é leve e insegura.. com a força das ondas... nós dois seremos, ambos, arrebatados mar a dentro numa viagem sem volta...paremos por aqui, eu te peço...desça de minha barca, pois tu, do teu lado, pareces incliná-la com tuas fantasias idiotas, com teus sonhos que pesam como quilos e mais quilos de chumbo em minha barca."

A mulher responde:
- "Não te preocupes.. eu não peso.. porque sou apenas um sonho... a onda virá... e por cima dela me projetarei... porque os sonhos não pesam... os sonhos voam.. os sonhos, como nuvens, se desfazem... ou se fazem... não pesam.. são apenas sonhos.. nada mais."

Porém o homem, assustado, com medo de que a sua estabilidade de navegador estivesse ameaçada e sua real felicidade pudesse ser destruída... empurra a mulher.. e esta cai no mar e desaparece.

Passa-se o tempo... e um dia outra vez em alto mar o homem busca com o olhar perdido aquele vulto... pois seu corpo e sua alma pedem, de novo, uma viagem ao paraíso, aquela viagem repleta de delírios e desejos que as sereias não lhe puderam dar, mas... as ondas vão... as ondas vêm.. e nada.. nenhum vulto se vislumbra mar a dentro... a mulher que tinha figura humana desapareceu entre as ondas, perdeu-se no infinito de seus próprios sonhos.


O SONHO SE EVAPOROU...

Então o homem se pergunta: "Mas por quê?"

"Eu não fiz nada... dei-lhe apenas um leve tranco... para não pesar na minha barca.. por que ela não voltou, depois que a onda e a tempestade passaram?"



Então dos céus uma voz lhe responde:



"Amigo... o sonho de ser feliz é um sonho... mas quando ele se torna realidade, se você não o abraça, não o prende... e não enfrenta todos os riscos que para ser feliz se fazem necessários... o sonho vai embora.. e junto vai

- A FELICIDADE!

ailecaniger – regina célia

escrita em 20/07/2000

Direitos Autorais Reservados

O jogo - Versinhos

o jogo

do amor


Fujo ... não foges.
Busco... não buscas.
Quero... não queres.
Entrega, não entrego.
Eu digo, emudeces.
Me calo, murmuras.
Se choro ... ... ... ...
Ficas Feliz! ...


maio de 1979 – reginacélia -ailecaniger

Direitos Autorais Reservados

O Amor - Poesia

O AMOR




O amor tem seus próprios caminhos,
ele chega... assim devagar...parece brincadeira,
sorri, talvez,... ou quem sabe lamenta, inventa,
oferece, se nega, busca, foge, ...
e de repente como louco desvairado
em guerra surda, luta sem armas,
de peito aberto, se entrega, se mata,
para depois fugir...quem sabe com nojo
do próprio sangue que derrama
no leito da terra não virgem,

esquecendo-se que o ventre que se abre
não é o da vaidade, que se poupa,
que se nega, mas sim da mãe,
que afaga, que se doa,
simplesmente porque sabe amar.

O amor está no olhar que relutante se afasta.
Talvez no sorriso que espontâneo se dá.
Talvez na palavra de conforto que se oferece,
na frase do que pede auxílio,
ou, ... na mão que aberta se estende
num gesto amigo.


dezembro de 1979 – reginacélia – ailecaniger

Direitos autorais reservados

Majestade Estática - Monologo

Majestade Estática

Um Monólogo Delirante

Segundo Ato



Prostrei-me diante do AMOR e o venerei,
dei como oferta, meus sonhos feitos em pedaços
que ele reconstruiu com suas mãos de gelo.
Bebi do seu olhar na sofreguidão da minha sede,
alimentei-me de migalhas de afeto
que caiam de sua mesa.

Fiz para o AMOR, deus, majestade,
um altar adornado com preciosidades
recolhidas no mar de minhas fantasias.
Forrei sua cama com as pétalas das flores
desfolhadas da roseira de minhas esperanças.
Molhei o seu corpo com o bálsamo perfumado,
preparado com o sumo de minhas crenças.

Fiz do AMOR, um deus, de mim, uma mendicante
e passei minhas horas sentada à sua porta
ouvindo a música que ele não compusera,
esperando a palavra que não dissera,
buscando um gesto que ele não pudera dar.

E assim, o AMOR, majestade estática,
com seu olhar de metal fitando o meu,
com seus ouvidos surdos ouvindo meus sussurros,
com seu corpo frio que irradiava calor,
com sua voz muda que falava de anseios,
com suas mãos paradas que me aconchegavam,
imprima em minh’alma SEUS VERSOS EM COR.

Hoje, o AMOR, majestade estática,
paira no ar e não o encontro.
Silencia-se a música, calam-se os sussurros
pois é chegada a hora de despertar,
buscar a verdade, mergulhar no êxtase
de uma fria realidade.

Hoje, é hora, é fim.
Transformem-se verdades em verdades,
mentiras em mentiras.
Não vivamos de amor fantasia
que enlouquece.

Encontremos apenas ...

MOMENTOS PARA AMAR !!!


ailecaniger - reginacélia

Direitos Autorais Reservados

Escrita em 1979 - do Livro "Sublimação"

Lá vem o Amor - Modinha

Lá vem o AMOR


modinha popular



Lá vem o AMOR
de braços erguidos
buscando o infinito
sem nada encontrar ...

Lá vem o AMOR
de ombros caídos
chorando no vazio
que lhe querem dar ...

Lá vem o AMOR
de olhos luminosos
rindo de tudo
que lhe querem negar ...

Lá vem o AMOR
caminhando devagar
ruminando a dor
dos que não sabem amar ...

Lá vem o AMOR
de rosto âmbar
falando no silêncio
do seu profundo meditar ...

E o AMOR caminha
em busca de tudo
em busca da vida
cheio de sonhos
repleto de alegria
de dor e fantasia
mas sempre pronto
para se entregar.

dezembro de 1978 –
reginacélia -ailecaniger

Direitos Autorais Reservados

Falando de Amor - Texto Poético

Falando de Amor,

para um

“Guerreiro”

Perdão, se também, lhe dedico estas páginas, mas não poderia deixar de o fazer...


A você,

“Navegador de Altos Mares”... “Guerreiro por natureza” que vindo em noites de sonhos e fantasias, descerrou as cortinas de minha prisão interior, me fez descobrir que ainda existia vida em meu corpo, paixão no meu coração e luz em minha alma.

A você,
“Navegador de Altos Mares”... “Guerreiro de minh’alma” não posso deixar de lhe dizer, o quanto foi importante... e com quanto de luz, de carinho e ternura iluminou a minha vida.

Mas também não posso deixar de lhe dizer, o quanto de sombra e amargura deixou pelo caminho, quando partiu para sua guerra particular, para o seu mundo real.
GUERREIRO, quem é?

É apenas um vulto, que nas altas noites, se joga sobre as ondas em busca de pérolas que se escondem no fundo das águas revoltas.


Guerreiro não existe, é apenas uma fantasia que as sereias solitárias vêem sobre o mar em noites de lua cheia, quando todos seus instintos e desejos, de amor e de união, estão à flor da pele.

Observação:

“Guerreiro” é um nick (apelido) muito utilizado nas salas de bate papo da internet. Qualquer semelhança com nome ou sobrenomes reais, é mera coincidência.



reginacélia – ailecaniger – dezembro de 2000.

Direitos Autorais Reservados

Devaneio - Parte 2 - Poesia

DEVANEIO

Um monólogo alucinante - Parte 2


SOU o grão de areia oculto, perdido
nas praias ondulantes, escaldantes,
onde a vida é nada, além de um sonho
nesta terra possuída por ninguém ...

VOCÊ é o muro que delimita, cerceia,
reprime, isola e também liberta
a avalanche alienada, desordenada,
daqueles que não acreditam mais ...

SOU o mar revolto, ansioso
que se debate, se desgasta,
sem conseguir entretanto,
verter todo o seu desencanto.

VOCÊ é o gelo feito de calor,
é a esperança feita de tristeza,
é a alegria feita de desesperança,
vida ressuscitante, ódio e amor.

SOU o silêncio que fala de tudo,
grito estridente no deserto mudo
lamentando seus sonhos perdidos,
com frases que não falam a ninguém.

SOU a mentira e também verdade,
sou o silêncio, o murmurar,
a noite, o dia, a própria morte,

sou EU, feita de mim, com partes de você,
sem parte de mim, SEM TUDO DE VOCÊ ...

VOCÊ é verdade sem mentira,
o silêncio sem murmurar, sem queixas,
a noite sem escuridão, dia sem chuva,
é a segurança feita só de você,
SEM PARTE DE MIM, todo só AMOR
refletido no espelho de minha

profunda AFEIÇÃO ...



fevereiro de 1978 – reginacélia - ailecaniger

Direitos Autorais Reservados

Palavras que não foram ditas - poesia

Palavras que não foram ditas


Eu queria dizer "te amo"... mas não assim,
do jeito que todo mundo diz...
Eu queria dizer "te amo",
fitando seus olhos de frente,
só para sentir o lampejo quente,
de um desejo que explode em ânsias sem fim.


Eu queria dizer "te quero"... mas não assim,
do jeito que todo mundo diz...

Eu queria dizer "te quero",
com meu corpo no seu corpo,
para sentir o calor,
que na dança do amor,
você transfere pra mim.


Eu queria, todo dia, toda hora...
ter você, todinho, por perto,
fazer do seu braço travesseiro,
do seu corpo meu leito,
e com seu amor, construir meu teto.


Eu queria, pegar na sua mão,
e fazer do seu caminho a minha estrada,
e juntos ... passo a passo...
caminharíamos para o infinito...
onde o amor vive sem conflito,
onde o sexo não é "o tudo"...
e o importante somos nós... .


Mas.... você calou minha boca...
cerrou meus lábios...
tapou seus próprios ouvidos...
escondeu seu olhar...
retraiu sua mão...
negou seu corpo...
omitiu palavras de amor...
e assim...
fiquei de mãos estendidas "paradas"..
gritei, no meu silêncio...
"te amo"...
recolhi-me no meu vazio...
" repleto de desejo"

Não toquei você... não falei de amor...
não cantei nossa música predileta...

Não fui com você ao paraíso...
não trocamos juras de amor...
não mostramos ao mundo,
o quanto se pode amar sem dizer...
o quanto se pode desejar sem realizar...
o quanto... nos amamos sem saber,
no ontem de nossas existências,
no hoje de uma vida perdida...
e como nos amaremos para sempre.


Mas agora... me deixa dizer...
escuta "amor",
escuta... na voz do "meu bem querer"...
no meu sussurro que chega com o vento...
escuta "amor",
escuta no lamento do "meu bem querer"
eu quero baixinho dizer...
AMO VOCÊ.




Autora: ReginaCélia - escrito em 18 de dezembro do ano 2003.

ReginaCélia

Desejos - Poesia

Desejo


Quero ver-te
sentir-te perto
num sorriso aberto
libertar a saudade
encontrar a verdade
no teu amigo olhar.

Quero num instante
de emoção e de medo
livrar-me dos grilhões
dessa fantasia paixão
com a qual ataste
as minhas mãos.

Quero olhar no teu olhar
calar ao ouvir-te
chorar diante do teu riso
só p’ra me libertar.

maio de 1979 – reginacélia - ailecaniger

Livro "Sublimação"

Direitos Autorais Reservados

Cantando o Amor - Modinha

CANTANDO O AMOR


versos soltos/modinhas



Eu sou a flor à beira do caminho
e você o vento que passa,
despenteia meu cabelo,
vai embora e me deixa sozinha
a chorar pelo seu amor.

Você é o garboso cavalheiro
que de espada em punho fechado
passa orgulhoso, altaneiro
pelos caminhos de minha vida
deixando um rastro de desamor.

Eu sou o cálice que o recebe
como se fosse uma concha d’oiro
que o aconchega, que o embebe
para torná-lo um forte guerreiro
e assim quebrar-me com muita dor.

Você é o navegador, guerreiro dos mares,
que me nega abrigo em sua barca
me fecha as portas da sua casa,
por medo e covardia, fugindo dos ares
que lhe prenderão num grande amor.

Eu sou a fruta que mata a sua fome,
a luz que ilumina a sua noite,
a água que mata a sua sede.
Eu sou a mulher que você ama
e que por covardia, abandona.

ailecaniger -Regina Célia

Direitos Autorais Reservados

Escrita em 28/09/2000.

Balada do Amor Tardio - Poesia

Balada do amor tardio



Quero fazer-te mil versos de amor
repletos de sonho, fantasia
encher de alegria todo o teu dia
e tua noite de luz e esplendor.

Quero na noite vir de mansinho
aconchegar-me devagarzinho
meu corpo no teu corpo, com paixão
falar num sussurro, bem baixinho
Ah! És tu, o meu único amor!!

Ah! amor, me chama... me reclama
me dá do teu ser, todo este calor
que o tempo urge, o tempo passa
a vida não volta... me abraça!

Ah! se tu soubesses do meu amor
se soubesses da minha saudade
das ânsias que minha alma invade
tu correria pros meus braços


Sem hesitar, apertaria os laços
e só de amor, somente por amor
viveríamos para sempre, os dois
no paraíso de nossos sonhos.
Ah!!! por favor... vem, vem me abraça.

****

ailecaniger - regina célia

escrita em 25 de agosto de 2000

Direitos Autorais Reservados

Amar é - versos soltos

Amar

versos soltos



Amar é
Perder-se em delírios nas noites...
Entregar-se sem reservas, sem impor limites...


Amar é...
Perder-se nos corpos e na alma um do outro...
Deixar-se possuir e possuir como louco...


Amar é...
Perder-se no descontrole dos sentimentos...
Sentir-se sempre carente de muitos beijos...

Amar é...
Não cumprir aquelas promessas
feitas nas horas de desespero, de angústia,
conflitos, ciúmes, em que se diz:
"Nunca mais... não quero mais... adeus!"

Estas palavras ditas com veemência...
são esquecidas... se perdem...
no primeiro toque do telefone...
no primeiro sorriso do outro,
no primeiro sussurro, no primeiro beijo.

Amar é...
Se entregar sem receio, sem medo...
É acreditar no outro...
como se o outro fosse parte de nós mesmos.

Amar é...
Adivinhar os desejos não ditos,
não expressos em palavras,
pelo simples arfar do peito...
pelos monossílabos quebrados,
e no brilho do olhar do outro.

Amar é...
Querer morrer no êxtase do prazer...
querer dormir com os corpos enlaçados,
melados de suor, saliva e esperma
e outras secreções mútuas.

Amar é...
Querer o outro dentro de nós mesmos...
e também estar dentro do outro,
como se ser unos fôssemos.

Amar é...
caminhar de mãos dadas sobre abismos...
voar pelos céus em busca do paraíso...
se afogar em nuvens de volúpia.

Amar é...
Aceitar, perdoar, esquecer, lembrar e lutar...
todos os dias... para conquistar
o nossos objetivo que é sempre,
e para sempre: o OUTRO.

AMAR É...
EU E VOCÊ
NUM GRITO ÚNICO... UNÍSSONO...
DE PRAZER E VOLÚPIA...
NO ÊXTASE DE NOSSOS DESEJOS
SÓ A NÓS CONFESSADOS.

ailecaniger - regina célia
do livro "Sublimação"
escrita em - 09/07/2000

Direitos Autorais Reservados

Além do Horizonte - Poesia

Além do Horizonte

Prosa poética



Além do horizonte existe uma vida,
uma vida de êxtase e de sonho.
Além do horizonte existe um céu
cheio de luz...onde eu quero amar você.

Além do horizonte estão os nossos sonhos.
todos os sonhos que eu quero
sonhar só com você.


Neste horizonte, onde nossos olhares se perdem,
nossos corpos mergulhados no êxtase irão bailar
no ritmo do amor, do sonho e do prazer.
Ouviremos em silêncio a música dos anseios,
sentindo o arfar de nossos peitos
em respirações incertas, ofegantes de desejos.

Sentiremos, ainda, em nós, o calor do sol
e entre sussurros, carícias e beijos.
Dividiremos nossas fantasias, nossos prazeres
e assim, neste momento de grande beleza,
quero ser sua como se fosse a primeira vez
ou como a se minha última vez fosse.

Mas pra que poesia ou tanta fantasia?
se tudo que estou querendo dizer
é que eu queria era ser sua para sempre?



ailecaniger - regina célia
escrita em 01/07/2000 - do Livro "Sublimação"

Direitos Autorais Reservados

envie um e-mail para a poeta

Adeus Amor - poesia

Adeus Amor
prosa poética

Amei-te com o furor das minhas fantasias,
com o fogo enfurecido de minha paixão.
Amei-te nas nossas noites longas e frias
e dei-te de mim, todo o meu calor.

Amei-te.. amei-te muito, acredite
mas agora, desesperançada e triste
estou partindo,não sei pra onde,
mas estou indo ,caminhando devagarzinho,
caminhando rumo a um mundo sem cor.

Enquanto caminho e de ti me alongo
Vou baixinho cantarolando
uma canção de amor.
Meu coração não seguirá vazio
levará com ele tua lembrança
aconchegada em mim como criança.

Vou partindo...e vou rindo e vou chorando ,
caminhando em estradas de noites infindas
mas por certo terei dias de sol, dias de luz!
E tu oh! meu amado, para ti, que restará
do nosso maravilhoso viver passado?
Quase nada!!!

E assim, em tuas futuras noites,
aconchegando teu corpo noutro corpo
lembrarás e tenho muita certeza
dos meus beijos, dos meus suspiros
do calor do meu corpo no teu corpo
e no teu ouvido chegará, por certo,
os meus gritos de dor e de prazer.

Terás saudades!!! Oh, que beleza!!!
Caminharás pela sala com certeza,
buscando minha sombra na parede
de braços abertos.. boca a murmurar:

“Onde estás oh, minha pequenina?”
“Onde está oh, meu amor?”

Será tarde meu querido,
terei na noite me perdido de ti,
do meu sonho, da minha fantasia
de possuir o teu amor!.


ailecaniger - Regina Célia
Escrita em 28/09/2000
Direitos Autorais Reservados

A Curva do Caminho - poesia

A CURVA DO CAMINHO


Amor, vês aquela curva do caminho?
Aquela curva, onde o amor e o sonho
de mãos enlaçadas fizeram seu ninho?

Vês? Ela se vai como um S de um SIM
Como um N de um NÃO, não dito,
como um O de um orgulho maldito.

Vês amor, aquela curva do caminho,
por onde eu vinha e tu ias também?
Eu vinha apressada, encabulada
tu ias a passos calmos, devagarzinho,
lamentando-te da perda de alguém.

Cruzamos bem debaixo daquelas árvores
ue sinalizam a curva, marcam a estrada,
dão sombra e guarida para os viajantes,
abrigam a passarada e novos amantes.

Olhamo-nos de repente, mas sem nos ver
Tocamo-nos, mas por certo sem nos tocar
Falamo-nos por horas, mas sem nos falar
Choramos nossos perdidos “bem querer”
Contamo-nos nossos sonhos, sem sonhar.

Amamos nas fantasias de nossas noites
nos possuímos, entregamos em desejos
em frêmitos internos, lampejos d’alma,
tateando na ilusão as sombras nossos corpos
com intenso, fogoso desejo d’amantes.

Vês amor, aquela curva do caminho?
É por ela que por certo, vou fugindo,
O S será um D de “Minha Despedida”
O N de não um A de teu “Adeus querida”
e O fechado um I de “Infinito Amor”.



reginacélia - ailecaniger - 25 de agosto de 2000

Direitos Autorais Reservados

ReginaCélia

Vem Amor - poesia

VEM AMOR

prosa poética tipo modinha popular

Amor, vem comigo, aguça teu ouvido
e escuta esta música!
Escuta... chega mais perto.. .
Ela toca dentro de mim.

Parece um grito..
parece um suspiro...
seus sons são como ventos
que passam a zumbir dentro de mim.

Sinto a música como um afago,
tais quais teus braços num laço,
tuas mãos como caricia
com teu corpo no meu corpo
num ritmo alucinante,
num canto inebriante
que me aquece, enlouquece,
me fazendo delirar.

Amor, vem comigo, toma minhas mãos
e deixa que eu te toque no profundo de tua alma
e na superfície do teu ser!

Envolva me assim, de novo eu te peço,
meus braços nos teu dorso
tuas mãos deslizando no meu corpo
recriando momentos perdidos,
jamais vividos, apenas sonhados,
tão forte e delirante quanto
este meu grito de amor,
meu suspiro de dor,
ou apenas um ai de saudades
que de minha alma sai.

Ah! Amor, vem comigo!

Amor.. - .sonho dos meus sonhos...
quero tanto te fazer feliz!
E contigo de mãos dadas
correr pelos campos floridos
molhar nossos corpos no rio
afogar assim nossas mágoas
esquecer as maldades
que a vida nos trás!

Ah! amor, vem comigo!
Deixa... deixa, por favor

Eu te fazer feliz!



ailecaniger – ReginaCélia

escrita em 27/12/2000 - Direitos Autorais Reservados

Loucuras de Amor - poesia

LOUCURAS DE AMOR
prosa poética/modinhas



Ontem, fiz chegar até ti,
o meu último grito de amor.
Falei-te baixinho no ouvido...

sussurrei o meu desejo,
gritei também a minha saudade!
Fiz-me insana... fingi-me de louca,
só para mais uma vez sonhar
que te beijava a boca.


Falei-te em voz macia...
falei-te em tom suplicante:
- “volta pra mim, oh, meu amor!”


Falei-te assim, como te falo agora,
em versos delirantes, voz ofegante:
- “volta pra mim, oh, meu amor!”

Ouviste-me silenciosamente,
a música que suave tocava
a minha voz que te suplicava
e nem um gesto ou uma palavra
andaste me dizer.

Apenas me ouviste, calado
respiração presa, soluço abafado,
chave na mão querendo ir embora,
de pé, olhos baixos no chão,
pois tu sabes ser um culpado
ao roubar-me o coração.

Mas agora te digo Adeus!
Chega... basta.. não és um deus.
És apenas um homem amado
que prefere ser abandonado.
Adeus!

reginacélia - ailecaniger – 28 de setembro de 2000

Direitos Autorais Reservados

Saudades de Você - texto poético (declamada)

Saudades de Você

ouvir este texto poético - clique

Sinto saudades de você! Saudades daqueles noites em que
vinha, assim, entre ansioso e cheio de desejos,
encontrar-me.

Falávamos de tudo e falávamos de nada, pois tudo que
queríamos era nos amar, tatear nossos corpos, delinear
nossos sonhos, realizar nossas ânsias, matar nossos
desejos.


Ah! Como sinto saudades! Saudades das horas caladas, dos
suspiros suspensos no ar! Dos beijos com gosto de paixão.
De mãos deslizando, buscando, sentindo cada detalhe de
nossos corpos!


Ah! Como sinto saudades! Saudades de você gritando ou
sussurrando meu nome como se ele fosse melodia gravada em
seu coração.


Ah! Sinto saudades dos seus olhos me fitando,com aquele
brilho que só os olhos dos amantes têm. Olhar de desejos,
de gula, de ânsias.


Ah! Sinto saudades do seu corpo no meu corpo em dança
frenética, no ritmo do amor!


Sinto, também, saudades do seu grito de prazer, do seu
estremecer e no depois do gozo, o seu repouso, cabeça no
meu peito e os braços me enlaçando como se me dissessem:
"não quero partir; não quero ir embora; deixa eu ficar
aqui, dormir nos seus braços e para sempre ser feliz."


"Te amo... Te amo... Por favor, volta pra mim!



Autora: ReginaCélia - escrito em 14 de junho do ano 2001.

ReginaCélia

Lembranças - texto poético (declamada)

Lembrando Você!
Não. Lembrando apenas um sonho.

ouvir este texto poético - clique
prosa poética - texto

Lembra amor, do nosso primeiro encontro? Fazia frio lá fora e você chegou com seu ar de maroto, sorriso nos lábios, ansiedade no olhar.

Eu lhe esperava como uma menina tímida, encostada na janela, olhando a vida passar.

O coração não sei se batendo rápido, trôpego ou devagar. Respiração presa; boca e entreaberta, querendo falar o que não sabia dizer.

Só sei que quando ergui meus olhos e lhe vi sorrindo pra mim, o meu impulso de entrega foi mais forte que os meus receios de mulher.

Ah! Seus braços me enlaçaram, seus lábios me tocaram e senti naquele instante como se você fosse o primeiro, o único ou talvez quem sabe, meu último amor.

Ah! Não consigo me lembrar! Era um desejo imenso, um fogo intenso tomando conta do meu ser. Era uma vontade tamanha de entrega, de permanência, sentindo sua presença, seu corpo, seu cheiro, seu riso, sua música, seu grito, seu lamento, sua súplica, sua busca, seu abandono, sua posse, seu egoísmo, sua doação.

Mas, mesmo assim, depois de tanto amor, tanta volúpia, tanto desejo, você foi embora. Deixou apenas saudades, de momentos vividos, de outros não vividos, somente sonhados ou desejados.

Você partiu. A noite escureceu, o dia amanheceu, o sol clareou lá fora, veio a chuva feita de lágrimas e lavou as ruas por onde seus passos caminharam em busca dos meus.

Você partiu. E de novo vieram outras noites, outros dias, o ciclo da vida não parou, só meus pensamentos ficaram assim parados, como se presos naqueles momentos de amor, que por certo não voltam nunca mais.

Onde está você, me diga? Onde estão nossos sonhos, nossas confidências, nossos desejos?

Quero viver de novo, momento a momento, instantes a instantes do sonho vivido com você, mesmo que nesta outra noite eu tenha que sentir, entregar, delirar e depois lhe ver partir, e como em reprise, ver outros sóis nascerem, outras luas se esconderem e de novo com minhas lágrimas lavar as ruas por onde seus passos tiverem retornado a mim, na ânsia louca de apagar lembranças; de não sofrer mais.

Amo Você!

Beijos.

Autora: ReginaCelia - 14/06/2001

A Visita - poesia

A Visita


Esperei-te debruçada na janela da vida,
olhando lá fora a noite negra e fria.
Esperei-te em passos lentos, titubeantes
perdida em meus sonhos alucinantes.

Esperei-te com toda a emoção contida
de todos os sonhos, sonhados e vividos
com toda ilusão bem dentro aquecida
com medo de não ser amada, nem querida.

Então chegaste, em passos decididos
a porta então se abre e em minha vida
tu te aportas, pra em beijos entontecidos
dominar este meu corpo, já de vencida.

Olho-te, com estes olhos de apaixonada,
olhos de poeta, de tonta, embevecida
e quero tocar no teu corpo de leve
acariciar teu rosto e cabelos de neve.

Ah! Ah! Vieste! e me tomaste nos braços
e num abraço, beijaste-me a boca
possuindo m'alma e o corpo de louca
só para meu coração fazer em pedaços.

Vieste!! E então, amor, por que tu vieste?
Se por certo não foi pra me trazer flores?
Se... se não foi para me trazer amores?

Vieste! E então, amor por que tu vieste?
Se por certo não foi para me trazer cores?
Se... se foi apenas para me trazer dores?

ailecaniger-reginacélia

Direitos Autorais Reservados

escrita em 24 de agosto de 2000.

Súplica - poesia (declamada)

SÚPLICA
ouvir esta poesia clique

Escuta, a noite chega...
Caminha devagar por detrás dos montes..
O sol se põe no horizonte
E no céu a lua vem, calma, serena

Escuta.... no silêncio da noite
Os meus murmúrios insanos
O arfar do meu peito
A música suave e lenta
Que nossas almas acalenta.
Escuta... o som do vento
Que lá fora uiva, canta, lamenta.
São sons de meu coração que te chama...
Não importa se há fogo ou se há flama.

Interessa que meu coração te reclama...
O que importa é que meu ser te deseja
Para em beijos, na noite me perder...

Te quero.. por favor me ama!!!

Ah!!! te amo.. com este amor selvagem
que todo meu corpo inflama.
Por favor... por favor, ME DOMA!!!


ailecaniger - regina célia
escrita em 22 de agosto de 2000
Direitos Autorais Reservados

Súplica - poesia

SÚPLICA

Escuta, a noite chega...
Caminha devagar por detrás dos montes..
O sol se põe no horizonte
E no céu a lua vem, calma, serena

Escuta.... no silêncio da noite
Os meus murmúrios insanos
O arfar do meu peito
A música suave e lenta
Que nossas almas acalenta.
Escuta... o som do vento
Que lá fora uiva, canta, lamenta.
São sons de meu coração que te chama...
Não importa se há fogo ou se há flama.

Interessa que meu coração te reclama...
O que importa é que meu ser te deseja
Para em beijos, na noite me perder...

Te quero.. por favor me ama!!!

Ah!!! te amo.. com este amor selvagem
que todo meu corpo inflama.
Por favor... por favor, ME DOMA!!!


ailecaniger - regina célia
escrita em 22 de agosto de 2000
Direitos Autorais Reservados

Desespero - poesia

D E S E S P E R O

poesia livre


Senhor, por que me deixaram este vazio tão grande?
Esta dor expectante?... Esta necessidade de amar?
Qual o compromisso, Senhor, que meu espírito tem que cumprir?
Por que me destes esta cruz de impaciência
feita de desespero, em busca das profundidades do meu ser?



Por que esta sede de amar e esta fraqueza
aqui dentro, querendo arrebentar?
Por que esta angústia e necessidade de fusão?
Por que esta necessidade tão profunda e imensa?



Senhor, eu não sei rezar... só sei perguntar.
Só sei pedir, não sei dar.
Por que o ódio aparece aqui e se põe a gritar?
Por que, meu Deus? Por que, Pai,
me destes uma alma tão pequena,
uma inteligência tão curta e me deixas na luta,
criando conflitos que não sei solucionar?



Senhor, ensina-me a rezar.
Rezar sem pedir.... rezar sem chorar.
Senhor, eu quero rezar. Ensina-me.
Ensina-me, também, a calar.
Ensina-me a esperar... e também a perdoar.



Ensina-me, Senhor, não a buscar o AMOR,
mas sim, ajuda-me a aprender a AMAR.
Ensina-me, Senhor, a caminhar tranqüila,
vencer em silêncio a dor que sinta,
a transformar em afetos os meus ressentimentos,
a transformar em alegria as minhas desventuras
e em esperanças os meus desesperos...



Senhor, não sei fingir. Ensina-me a fingir,
pois a verdade é muitas vezes uma lança venenosa
que se lança com fé,
no coração dos amigos que nos querem tão bem.



Senhor, ensina-me a acreditar na vida,
ter horas de alegria, ter horas de AMOR.
Quero, Senhor, não só ter coragem,
mas distribuir esperança.
Quero, não só ser amada, mas oferecer AMOR.



Por que, Senhor, esta dor aqui dentro,
me machucando tanto? Por que não me calo?
Por que não transformo minha lágrima em riso,
meu soluço em canto?



Senhor, no lugar de tudo isto que lhe peço,
dá-me apenas, um pouco mais de
.. .. ... ... ... ... ... .... ... ... ... ... .. FÉ ! ! !



ailecaniger -reginacélia

escrita em maio de 1979

(*) - Poesia premiada em 1º lugar, no concurso FREITAS BASTOS DE POESIAS (1985), concorrendo com 2.000 poetas amadores e profissionais.

Direitos autorais protegidos

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

ESCREVER - ESCREVER - ESCREVER

Estou criando este blog para postar aqui parte de meus escritos, já que tirei do ar o meu site regina.celia.nom.br - tirei do ar por total fala de condições de dar-lhe a manutenção que ele precisava e merecia.

Mas eu quero continuar expondo meus escritos na internet, é uma espécie de vaidade, de mania.

Estou me denominado aqui de,  A Escrivinhadora, pois não quero afrontar a língua portuguesa, me denominando de escritora ou poeta, que jamais fui. Tenho ao longo da minha vida escrito em momentos que precisei colocar as emoções para fora, ou por necessidade financeira. Em poesia, na época do colégio das freiras, até fui uma poetisa dentro das exigências das letras, mas ao longo da vida fui abandonando as métricas, as regras, as rimas obrigatórias, para criar apenas textos carregados de emoção e cantantes. Tudo que eu escrevi até hoje, obedeceu única e exclusivamente a necessidade de ser CANTANTE, RITMADO, DOLENTE, GRITANTE. Este é o meu ritmo, o ritmo do amor, o ritmo da emoção e não as regras rígidas de métricas literárias que embaraça, deforma o texto. Ou se é muito bom como Olavo Bilac ou acaba-se caindo na mediocridade.

Então sejamos simples. Escrevendo no nosso ritmo como se falássemos ao nosso ouvinte.

HOJE, ESTOU APENAS LANÇANDO ESTE BLOG... mas pretendo ao longo do tempo introduzir todas as minhas poesias, escritas, faladas e meus textos, tais como crônicas, contos, etc.