sábado, 26 de fevereiro de 2011

A Curva do Caminho - poesia

A CURVA DO CAMINHO


Amor, vês aquela curva do caminho?
Aquela curva, onde o amor e o sonho
de mãos enlaçadas fizeram seu ninho?

Vês? Ela se vai como um S de um SIM
Como um N de um NÃO, não dito,
como um O de um orgulho maldito.

Vês amor, aquela curva do caminho,
por onde eu vinha e tu ias também?
Eu vinha apressada, encabulada
tu ias a passos calmos, devagarzinho,
lamentando-te da perda de alguém.

Cruzamos bem debaixo daquelas árvores
ue sinalizam a curva, marcam a estrada,
dão sombra e guarida para os viajantes,
abrigam a passarada e novos amantes.

Olhamo-nos de repente, mas sem nos ver
Tocamo-nos, mas por certo sem nos tocar
Falamo-nos por horas, mas sem nos falar
Choramos nossos perdidos “bem querer”
Contamo-nos nossos sonhos, sem sonhar.

Amamos nas fantasias de nossas noites
nos possuímos, entregamos em desejos
em frêmitos internos, lampejos d’alma,
tateando na ilusão as sombras nossos corpos
com intenso, fogoso desejo d’amantes.

Vês amor, aquela curva do caminho?
É por ela que por certo, vou fugindo,
O S será um D de “Minha Despedida”
O N de não um A de teu “Adeus querida”
e O fechado um I de “Infinito Amor”.



reginacélia - ailecaniger - 25 de agosto de 2000

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ReginaCélia

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