sábado, 26 de fevereiro de 2011

A Minhoca - Crônica

A MINHOCA

Não gosto de filosofar, portanto, gostaria que ao ler este texto, considerassem apenas como sendo uma crônica ou um pequeno conto revestidos de uma lição de vida. Não só vida humana, mas simplesmente vida. Algo assim para se pensar e aplicar no dia a dia.

Estava eu, há pouco tomando um sol da manhã no jardinzinho público que fica bem em frente de minha casa e de repente me deparei com um quadro insólito, o qual senti vontade de contar às pessoas. Mas como não tenho pessoas aqui para as quais contar, resolvi escrever.

Lá estava eu sentada, pensando na minha vida solitária, nos meus sonhos de amor irrealizados e também nos realizados, nos planos projetados e perdidos e outros que se tornaram vencedores. Pensava; somente pensava, ora me rejubilando, ora me amargurando. A vida é uma guerra constante, da qual saímos muitas vezes vitoriosos e outras derrotados. Engraçado é que se vibramos com a vitória, esquecemos muito depressa os sucessos e as alegrias se algum ruim por menor que seja recai sobre nós. Lembramos na vida mais as derrotas que os sucessos. Deveria ser o contrário. Assim, seríamos mais felizes. Eu mesma vou começar a olhar assim para a minha vida; chorar menos; resmungar menos; acreditar mais e dar mais valor aos pequenos detalhes que alegram os meus dias.

Então voltando a estória do dia, lá estava eu sentada e olhando para a grama e vi uma minhoca que alegre e muito espertinha (dentro de suas possibilidades, é lógico) se arrastava, talvez como eu, tomando um solzinho para se esquentar neste frio danado do "Meu Recanto". Fiquei olhando a Minhoca e lembrando que alguém dissera no programa do Silvio Santos "Show do Milhão" que a minhoca é surda. E então, pensava comigo "coitada!... Surda!...". Bom, mas ela passeava, estava viva, vivinha. Aí eu vi aparecerem formigas: uma.. duas... e daí a pouco um monte, pequeninas, bem pequeninas, quase imperceptíveis. Muitas formigas pequeninas que se jogaram vorazes sobre a minhoca que em relação a elas (formigas) poderia se comparar a uma montanha. Mas as formigas avançaram, a minhoca se rebelou, virou daqui, virou pra lá e vieram mais formigas, muitas mais e muitas e a minhoca se remexia... tentava fugir e não conseguia. E vieram mais formigas e a minhoca começou a se entregar aquele assédio, ficando quase inerte. As formigas pequeninas, mas em grande número, começaram a soerguer a minhoca para carregá-la para seu formigueiro. Vocês sabem que as formigas levam tudo para o grupo que espera; não? Levam para compartilhar, dividir, somar. Cada uma trás um quantidade quase ínfima, que alimenta um batalhão.

Neste ponto, tive pena da minhoca e pegando um pauzinho, levantei-a e coloquei noutro lugar distante das formigas. Era tarde, a minhoca estava morta e nem se mexeu mais, porém lá vieram as formigas pelo cheiro e se agruparam de novo sobre a minhoca. Fiquei olhando pensativa e vindo para casa, desejei escrever esta crônica, tirando do episódio uma lição de vida, que é tão velha quanto a humanidade:

A UNIÃO FAZ A FORÇA!

A família unida vence todas as dificuldades, trabalha na alegria, vence a dor. A família desestruturada leva a grandes infortúnios de seus integrantes – forma delinqüentes, assassinos, drogados, alcoólatras etc.. etc.. etc.

A pátria quando amada, se tornar forte, produz alimentos o suficiente para todo o seu povo, vence os invasores, vence as guerras, se sobrepõe até as catástrofes da natureza. A pátria quando levada a sério, amada com toda a força se torna uma potência.

A empresa amada pelos seus componentes, patrões e empregados, que se unem num mesmo objetivo se transforma numa ORGANIZAÇÃO.

Amigos que se unem num só objetivo, se amam e se respeitam, formam um grupo, uma comunidade e todos se beneficiam.

Um homem e uma mulher que se amam de verdade - formam uma FAMÍLIA, geram filhos sadios, netos, bisnetos e deste pequeno grupo iniciado pelo AMOR de um homem e uma mulher, nasce um povoado, uma EMPRESA... UMA ORGANIZAÇÃO... NASCE A PÁTRIA.

A UNIÃO FAZ A FORÇA!!! - AS FORMIGAS PEQUENINAS VENCERAM A MINHOCA ENORME, PORQUE ESTAVAM UNIDAS. A MINHOCA FOI VENCIDA PORQUE SE AVENTUROU NUM PASSEIO SOLITÁRIO SOBRE A GRAMA. PARA A MINHOCA, A GRAMA ERA UM UNIVERSO MUITO ARRISCADO - ENORME DEMAIS. PARA AS FORMIGAS A MINHOCA ERA UM MONSTRO - MAS AS FORMIGAS VENCERAM PELA UNIÃO - PELO TRABALHO - PELA COLABORAÇAO.

Vamos pensar nisso? Você tiraria desta parábola algo para pensar sobre a nossa proposta COMUNIDADE ARTES?

PENSE SOZINHO. COMENTE COM SEUS AMIGOS. REPASSE ESTA IDÉIA.

ReginaCélia


escrito em 20/agosto/2001

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